Carlos Amorim(foto com Edinéia) é uma espécie de midas da música pop brasileira. Natural de Euclides da Cunha (BA), ele atualmente empresaria a musa pop Edinéia Macedo e está em fase final de produção do disco de estreia da cantora Hanny Star e também do projeto infantil Luluzinha e Sua Turma.O fato é que Carlos é conhecido como midas por oferecer o sucesso aos artistas com quem trabalha. Ele, além das funções citadas acima, é também divulgador. Sua área de atuação é predominantemente cidades do interior do Nordeste e do Norte do Brasil. Ele atua há 15 anos como divulgador, mas está envolvido com música desde 1985, quando iniciou sua carreira como produtor artístico e de shows. Por conta dessa experiência adquirida nos estúdios e backstage, Amorim acredita ter feeling apurado para reconhecer os produtos com potencial para se tornar sucesso. “Se eu acreditar no produto, sem dúvida terei mais facilidade em promovê-lo”, afirma ele, que prefere não promover produtos com os quais não se identifica ou nos quais não perceba força radiofônica. “Há quem diga que eu não deveria julgar a qualidade do produto, mas esse é um traço de minha personalidade. Gosto de me envolver mesmo", define.Sua sistemática consiste em ajudar o artista a ser divulgado do interior para as capitais. Ele acredita que essa seja a melhor maneira de a música tocar nas rádios sem grandes investimentos. “Entrego o CD para radialistas de emissoras de cidades distantes. Se a música passar a ser sucesso nesses redutos, entrará mais facilmente na programação das rádios das capitais. Nesses casos, o gosto popular acaba comandando a situação”, comenta o divulgador, que já trabalhou para artistas como Luiz Caldas, Cavaleiros do Forró, As Meninas, Eduardo Costa e Bragaboys, entre outros.Geralmente, Amorim divulga três artistas de diferentes em cada viagem, que dura de 60 a 70 dias. Com seu carro plottado, ele passa por cidades que estejam a no máximo 100 km de distância uma da outra. Dessa forma, consegue visitar três municípios por dia. Os 10 mil discos que leva de cada artista são distribuídos em emissoras de rádios, lojas de instalação de som automotivo, prefeituras, contratantes locais, bares, restaurantes e para profissionais que trabalham com carros de som (muito comum em pequenas cidades). “Aproveito minhas visitas para distribuir kits com brindes para os radialistas. Dessa maneira, o artista tem seu nome vinculado em promoções das rádios. Isso ajuda na popularização do seu trabalho”.Mais do que promover a música, Amorim é interessado em garantir que seus clientes agendem shows nas cidades por onde passa. Caso isso se concretize, ele recebe uma comissão sobre o cachê. E por atingir localidades remotas do Norte/Nordeste do país, é procurado por artistas das demais regiões, interessados em se popularizar por lá. O mineiro Eduardo Costa é um exemplo. Ele teve seu primeiro disco, Tem Tudo a Ver (Universal), distribuído por Amorim nessas praças, onde acabou marcando algumas apresentações. “Como, além de divulgador, sou produtor de shows, fica mais fácil trabalhar nas duas frentes”, explica.O profissional diz que o resultado positivo de seu trabalho pode ser conferido em 90 dias. Segundo ele, nesse período, 70% de seus clientes alcançam metas satisfatórias de execução em rádio e venda de shows. “Se o artista faz um trabalho original, não se apresenta como um genérico de um nome famoso, quase sempre dá certo. O público não é bobo, ele privilegia quem produz coisas diferenciadas”, pontua.Em determinadas ocasiões, Carlos Amorim faz o caminho inverso, divulgando artistas do Norte e Nordeste nas regiões Sul e Sudeste. Quando o faz, procura agir em locais inusitados, mas com alta probabilidade de retorno, como a periferia paulistana e os morros cariocas. Mas ele garante que esse trabalho é raro, já que os artistas da parte de cima do mapa brasileiro têm mercado próprio e auto-sustentável.
Por: Erê
